Caviar

Meu nome é Dailson Andrade Santos, local de nascimento é Tucano, na Bahia. Nasci na data 27 de abril de 1987.

A gente teve uma casa em Tucano que foi incendiada.

Minha mãe conta que estava preparando o caruru e, de repente, uma panela de pressão estourou, o botijão explodiu em seguida e aí pegou fogo na casa toda.

A gente era menor, muito novinho, nós fomos tirados às pressas. Essa casa era de taipa e tinha dois quartos; o banheiro era fora. Dormia todo mundo junto, em um colchão, às vezes até no chão mesmo.

Comer carne era uma raridade, era a mesma coisa que comer caviar nos dias de hoje.

2004

Eu costumo dizer que a partir 2004 eu me tornei outra pessoa.

De 2004 para cá eu me descobri através desse movimento de jovens, que não é só uma formação social e política, foi uma descoberta enquanto pessoa. A gente começou a se envolver com a associação, fazer movimentações, assumir cargos e por aí vai. Com vinte e poucos anos eu já era dirigente de uma cooperativa de crédito que movimentava R$ 6 milhões e meio por mês. Fiquei lá durante oito anos e depois fui ser o secretário de governo mais novo da história da minha cidade.

Foi de lá que eu saí para a Coopercuc, sempre com o sentimento de revolução, de mudar, de não se conformar com aquela realidade.

Projeto

Eu entrei na Coopercuc a partir de um projeto do governo do estado.

Esse projeto tinha como foco a geração de renda, o acesso das famílias da agricultura familiar a empresas do mercado privado. Os profissionais da área eram contratados para trabalhar com essas cooperativas.

A cooperativa abriu um edital, eu inscrevi meu currículo, a partir do currículo eu fui selecionado e em 2019 comecei minha história na Coopercuc.

Uauá - Viena

Na Coopercuc nós trabalhamos com frutas da caatinga, a gente trabalha com umbu e maracujá da caatinga, que é um maracujá típico da nossa região. As matrizes são essas duas.

Fora isso a gente também trabalha com acerola, com manga, com goiaba, também orgânicas, que vêm das áreas de produtores locais.

Toda nossa filosofia é a preservação ambiental.

Um caso interessante aconteceu em 2006, quando um contêiner de doces de umbu enviado para a Áustria. Foi um fato marcante. No nosso site tem até uma foto que mostra o caminhão contêiner chegando na antiga sede da cooperativa. Aquilo provocou um alvoroço na cidade de Uauá, a cidade da cooperativa, uma cidade que naquela época tinha 14 mil habitantes, todo mundo pobre, realmente foi uma festa.

Teve foguetório, carro de som, porque essa venda para a Áustria foi considerada um feito inimaginável.

Cultura

A gente consegue fazer trinta e produtos a partir do umbu, nenhuma fruta consegue gerar tantos produtos como o umbu gera.

O umbu é muito típico da nossa região, e a gente ali come umbu com tudo: come o doce, come umbu do pé chupando com sal, toma suco e umbuzada, que é o umbu amassado com leite, (ele vira como se fosse um mingau forte), porque o umbu é muito rico em vitamina c. E além da sobrevivência ele representa a nossa região. Tem pé de umbuzeiro em toda parte, e ele é um ponto de encontro para as pessoas.

O umbu é parte da nossa cultura.

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