Coentro

Acho que se passaram uns dois meses e ele trouxe a Ines.

Quando a Ines apareceu, eu sabia que era um anjo entrando na minha casa.

Ela tinha uma luz que era uma coisa impressionante, impactante. Ela era muito menina, acho que ainda estava com 23 ou 24 anos, e estava com uma sandalinha e uma sainha branca e um corpetezinho estampadinho. Eu tinha feito uma moqueca de peixe para ela. Ela tinha vindo da Argentina e eu sou baiana: uso muito coentro e ela odiou o coentro, mas não me falou nada. Foi assim que eu conheci a Ines.

E ela muito falante e muito posicionada, uma menina politizada, feminista, que tinha tudo a ver comigo.

Nitidamente ali eu vi: ela era um anjo.

Tanto que Rodrigo me ligou depois e eu falei: “Agora você realmente encontrou a mulher da sua vida; essa mulher é um anjo”.

E foi isso, não deu outra.

Lara Dee

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