a menina que gostava de ir a biblioteca

saí de casa aos 14 anos de idade no interior de Minas gerais para trabalhar em uma casa de família como arrumadeira e cuidadora de um casal de velhinhos, passei por muitas dificuldades e sentia muita saudade das minhas irmãs mais novas, que eu deixara na roça, estudava de manhã e trabalhava a tarde, e nas horas vagas fugia para biblioteca pública, lá eu sonhava em ser gente, eu queria ser livre um dia, e poder ganhar algum dinheiro, comprar um par de sandálias novas e um vestido novo, nessa mesma biblioteca eu vi o tempo passar, as vezes viajava nos corredores lendo livros de garotas comuns, com problemas comuns, quando completei 17 anos terminei o ensino médio, criei coragem de ir pro mundo, deixei a casa que eu vivia, mas foram minhas horas de estudo e leitura que me tiraram de lá, eu piquei a mula pra universidade Federal, queria trabalhar com histórias de papel e histórias de verdade, me falaram que lá na universidade eu teria mais chances na vida, e tive mesmo, nunca mais passei fome, lá eu tive casa, estágio, e até restaurante de graça, o resto eu conquistei na coragem mesmo. (breve resumo de uma história que não caberia aqui)

Samara Rodrigues da Silva, 25 anos, Bibliotecária concursada, Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu.

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