A capacidade humana de transpor as adversidades fundamentou o surgimento das 30 obras de arte que compõem a mostra “Maravilhas do Brasil”.
Pintadas com a boca e/ou os pés, tais obras surgiram como fruto da dedicação de artistas imersos nas possibilidades de eternizar “fragmentos” da diversidade cultural, das paisagens de beleza singular, e da rica fauna e flora endêmica de um Brasil continental.
Cada imagem é uma viagem pictórica, decodificada em estilo, técnicas e cores distintas. Em cada detalhe se destaca, mais do que o anseio da produção de uma obra, a evidência de como a arte ainda desponta como uma ferramenta eficaz para a inclusão plena e digna.
Essa é a prerrogativa norteadora da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), no Brasil e em todo o mundo. Ao longo de sua caminhada, parcerias como a do projeto MEMÔ, do Museu da Pessoa, dão oportunidade aos seus artistas de compartilhar o olhar para a arte da superação como uma das Maravilhas do Brasil.
MARCELO CUNHA | Artista, escritor, palestrante e curador da mostra.
Nascido em 4/10/1987 em Carlos Chagas, MG, Adolfo Neto nasceu prematuro e, com o decorrer do tempo, foi diagnosticado com paralisia cerebral, o que afetou a mobilidade de seus braços. Desde menino desenvolveu habilidade com os pés, escrevendo, desenhando e fazendo suas atividades rotineiras. Além de pintar, Adolfo gosta de praticar esportes como Corrida e Muay Thai.
Nascida em 7/6/1983 no Rio de Janeiro, RJ. Aos 17 anos uma meningite deixou como sequela uma lesão na medula, fazendo com que perdesse os movimentos dos braços, mãos e pernas. Mora no Hospital Universitário Pedro Ernesto, gosta muito de pintar e pretende se profissionalizar na pintura.
Nascida em 8/6/1997 no Rio de Janeiro com uma doença chamada artrogripose, o que afetou o movimento dos seus membros superiores e inferiores. Aos 9 anos de idade, começou a desenvolver a pintura com a boca e, hoje, é uma jovem determinada a realizar todos os seus sonhos.
Nascido em 4/4/1990 em São Paulo, SP com má formação congênita. Sempre incentivado por seus pais e sua tia Socorro, pinta desde os 6 anos de idade. Para Daniel, a Arte significa um sonho sem limites. Às vezes, pinta até a madrugada do dia seguinte. Conquistou com muito orgulho sua carteira de habilitação, pratica natação e é palestrante motivacional.
Nasceu em São Carlos, SP em 10/6/71. Com 8 meses de vida teve poliomielite e como consequência, ficou tetraplégica. Para Daniela, a arte sempre foi um sonho de poder colocar para fora tudo o que estava na sua cabeça e na sua alma. Desde 1995 ela vem dedicando sua vida à pintura, demonstrando um grande talento.
Nascida em 14/9/1983, Rio de Janeiro, RJ. Ficou tetraplégica após ser atingida por um tiro de arma de fogo (bala perdida). Começou a pintar na reabilitação e com a pintura se aproxima dos seus sonhos e de uma qualidade de vida melhor.
Em 2007, ao sentir fortes dores no corpo e não conseguir mais se movimentar, foi diagnosticada com Mielite isquêmica, doença que a deixou completamente paralisada do pescoço para baixo. Incentivada pelo nosso artista Marcelo Cunha, ela começou a desenvolver a pintura com a boca em 2016 e, hoje, faz parte do time de artistas da APBP.
Nascido em 17 de novembro de 1971, em Aragarças, GO, com as mãos e os braços atrofiados. Desde pequeno desenvolveu todas as suas atividades usando os pés, começando a pintar com apenas 7 anos de idade. Além da pintura, Dupé também toca teclado e é graduado em Serviço Social e Pedagogia
Nascido em 23 de maio de 1972 no Rio de Janeiro , RJ. Ficou tetraplégico em 2003, vítima de arma de fogo em um assalto. Começou a pintar por incentivo de colegas que também pintam com a boca. A pintura tornou-se seu trabalho e terapia.
Nascida em 6 de julho de 1966, em Pedro II, PI. Ficou tetraplégica em 1987 devido a um acidente de carro. Tem 3 filhos e além de pintar, também gosta de escrever, tendo já alguns livros publicados.
Nascido em 8/1/1952, em Novo Horizonte, SP. Afetado pela paralisia dos braços desde o nascimento, aprendeu logo cedo a pintar com a boca e os pés. Seus trabalhos apresentam um notável talento artístico. Hoje é um de nossos membros mais ativos do Brasil, possui ateliê de pintura e dirige com seus pés para diversas exposições e eventos da associação.
Nascido em 30/3/1971, em Salto, SP. Afetado pela atrofia de seus membros superiores e inferiores, começou a pintar em 2002 e hoje mostra toda a sua habilidade e talento em obras pintadas com a boca.
Nascido em 18/04/1964 no Rio de Janeiro, RJ. Ficou tetraplégico em decorrência de um tiro no pescoço ao reagir a um assalto, mas teve mais lesões agravadas em um acidente de carro. Com a tetraplegia, formou-se em pedagogia e atuou no Paradesporto. Começou a pintar com a boca, surpreendendo-se com a capacidade e, muito feliz com o desempenho, ainda participa de salões com notoriedade e prêmios; por isso, na arte, pinta e se aprimora todos os dias.
Nascido em 26/8/78 no Rio de Janeiro, RJ. João Paulo perdeu suas habilidades com os braços e locomotoras durante sua infância, quando foi vítima de uma encefalopatia crônica e coqueluche. Aos 10 anos de idade começou a pintar com o pé seguindo o conselho de sua psicóloga
Nascido em 8 de março de 1973, no Rio de Janeiro, RJ. Ficou tetraplégico aos 18 anos num acidente em que um carro desgovernado o atingiu. Adora viver as coisas simples da vida, sempre que pode aprecia o pôr do sol, que por sinal foi uma de suas primeiras telas. Tem muita força, sonhos e projetos pessoais a serem realizados.
Aos 17 anos de idade, durante uma viagem com a família para Ubatuba, ao furar uma onda, ficou paralisado do pescoço para baixo. Internado por 6 meses no Hospital das Clínicas em SP, Leandro foi incentivado pela artista Eliana Zagui, que vivia ali desde os 2 anos de idade e pinta com a boca. Formado em Administração Pública, agora a Arte também faz parte da sua vida cotidiana.
Nascido em 25/04/1986 em Varginha/ MG sem os braços. Começou a rabiscar papel e escrever com os pés por incentivo de sua mãe e sua irmã, que colocava o lápis no meio de seus dedos. Desde pequeno, sempre foi fascinado por pintura, desenho e música. Além de pintar, também se dedica a tocar sua gaita.
Nascido em 22/12/2001 em Lago da Pedra, MA, com artrogripose múltipla congênita, o que causou a falta de mobilidade com os membros superiores. Desde que entrou na escola, aos 3 anos de idade, já foi despertado seu interesse pela arte e cores. Além de pintar com o pé, Lucas também toca teclado.
Nascido em 23/7/1986, no Rio de Janeiro, RJ. Ficou tetraplégico aos 15 anos, quando acidentalmente bateu a cabeça em uma pedra ao mergulhar na praia do Arpoador. Decidiu pintar inspirado por um dos pintores da Associação. Hoje, com muita alegria pinta belas obras em guache e acrílico.
Nascido no Rio de Janeiro, RJ, em 13/9/1969. Aos 21 anos de idade teve duas vértebras quebradas ao bater a cabeça durante um mergulho numa cachoeira. Antes do acidente, que o deixou tetraplégico, Marcelo era designer gráfico. Como autodidata, em 1994, aprendeu a pintar com a boca, tendo a produção de belas paisagens. Coordena oficinas de pintura, é escritor, colunista e palestrante. Graduado em publicidade e propaganda, hoje é um de nossos Membros Associados, possui ateliê de pintura e, através da arte, tem promovido a reinserção de pessoas com deficiência.
Nascido em 12/08/1971 em Campina Grande, PB. Ficou tetraplégico em 1993 após sofrer um acidente de moto no Rio de Janeiro, onde mora atualmente. Começou a desenvolver a pintura com a boca em 2013 por incentivo de um tio e do amigo Jefferson Maia, também artista da APBP.
Marquinhos mora em São Paulo desde os 6 meses de idade. Em novembro de 2016, durante uma brincadeira com amigos em uma roda de capoeira, acabou fraturando 2 vértebras na cervical, o que o deixou tetraplégico. Antes do acidente, era tatuador e tinha seu próprio negócio. Depois de 6 meses internado no HC, ao voltar pra casa, decidiu tentar pintar com a boca, tendo grande êxito e sendo aceito para integrar a APBP em 2020.
Era um jovem muito ativo quando, aos 16 anos de idade, sofreu um acidente de carro quando estava a caminho de um jogo de futebol com amigos. Tetraplégico, terminou seus estudos e se graduou em Ciências Biológicas. Como um dos idealizadores do projeto “Praia para todos”, através da ONG fundada por sua mãe com o objetivo de levar informação e atendimento a pessoas com deficiência, conheceu alguns artistas da APBP que acabaram o incentivando a tentar a pintura com a boca.
Nascida em Flores da Cunha, RS, mora há 15 anos em Palhoça, SC. Vítima da talidomida, Rita é apaixonada pela arte. Gosta de pintar a óleo e realizar colagens.
Nascido em 6 de junho de 1960, em Belo Horizonte, MG. Vítima da talidomida, começou a pintar com os pés desde os 7 anos de idade. Atualmente participa de muitas exposições. Para Ronaldo a pintura significa tudo. Considerando-se muito feliz em poder se expressar através da arte.
Nasceu em 9 de agosto de 1968. Ficou tetraplégico em 1992 após um mergulho mal-sucedido nas águas rasas de um riacho. Durante o processo de reabilitação, soube através de uma psicóloga sobre uma menina que escrevia cartas sustentando uma caneta com a boca. Fascinado com a história, passou a treinar a escrita e o desenho da mesma forma. Em 2004 já pintava telas a óleo e guache. Autodidata, o artista ingressou na APBP em 2009.
Nascida em 26/5/1966, teve poliomielite com 1 ano e 4 meses de idade. Com 13 anos, começou desenhando nas aulas de Educação Artística segurando o lápis com a boca. Atualmente mora na cidade de Toledo no Paraná, mas está sempre participando de várias exposições em todo Brasil.
Nascido em 19/02/1987 em Almenara – MG, mas atualmente mora no Rio de Janeiro. Ficou tetraplégico ao ser atropelado quando tinha 8 anos de idade e estava brincando em frente a sua casa. Em 2011, um de seus amigos o incentivou a tentar pintar com a boca, o que ele acreditava que não seria possível. Hoje, já aceito como integrante da APBP, ele tem demonstrado uma grande força de vontade e tem vencido seus limites.
Aos 14 anos de idade foi atropelado quando atravessava uma rodovia movimentada para ir trabalhar numa plantação de tomate próxima a sua casa. Cinco dias depois do acidente, acordou tetraplégico em uma cama de hospital, onde ficou por mais de 2 meses internado. Em 2017, viu na TV uma matéria com um artista da Apbp que morava na mesma cidade que ele e pintava com a boca por ser tetraplégico. Interessado, Wender entrou em contato com a TV e conseguiu um encontro com o artista Gilverson, que o incentivou fortemente a pintar da mesma forma.