Conteúdos:
Inventou cabines móveis,
Estando consolidado.
Histórias e mais histórias
Do presente e do passado
Mostravam que da pessoa
A memória é o legado.
Cada ser humano traz
Informações importantes,
Sejam aqueles que vêm
De terras muito distantes
Ou mesmo nossos vizinhos,
Somos todos relevantes.
Toda história é valiosa,
Se não preservada, voa.
Por isso há mais de 30 anos,
Alguém teve ideia boa
De dar vida a um Museu
Focado só na Pessoa.
No fim de noventa e um (91),
Durante uma exposição
Sobre imigrantes judeus,
A “Memória & Migração”,
Realizada no MIS,
A ideia ganha a amplidão.
Karen Worcman pensou
Que todo mundo devia
Registrar a sua história,
E um estúdio se abriria
Durante a exposição:
O Museu assim nascia.
No ano de noventa e 94,
Estando consolidado,
Foi o Museu da Pessoa
O ilustre convidado
Para contar a história
De um time muito afamado.
São Paulo Futebol Clube
Tinha sido campeão
De tudo naquele tempo,
Mas voltou sua atenção
Para o passado lembrando
De onde vinha a tradição.
Não somente os jogadores,
Contaram sua jornada:
Uma antiga cozinheira
Do clube foi convidada,
Também a telefonista,
Pois toda história é sagrada.
O Museu ainda fez
Com o SESC parceria.
Dela nasceram registros
De comprovada valia,
Pois a memória esquecida
É como casa vazia.
Também pensou nas pessoas
Indo foi buscar a raiz,
E firmando parceria
Com a CUT foi feliz,
Mostrando os trabalhadores,
Construtores do país.
Inventou cabines móveis,
Estando consolidado.
Histórias e mais histórias
Do presente e do passado
Mostravam que da pessoa
A memória é o legado.
A chegada da Internet
Foi uma revolução,
Mas naquele tempo havia
Uma grande restrição
De conteúdo obrigando
À busca de solução.
No ano de noventa e sete (97),
Mais uma inovação vem:
Seção “Conte a sua história”,
Muito importante também,
A Internet abriu janelas
E o Museu pensou além.
Histórias como a de Neuza,
Professora aposentada,
Que já fazia registros
Da família em sua estrada,
Que no Museu da Pessoa
Ficou imortalizada.
Sua participação
Foi então essencial
Para a organização
Na busca pelo ideal
Da democratização
Da memória social.
Vêm os “Agentes da História”,
Outra etapa relevante:
Na qual idosos cumpriam
Um papel muito importante
Ao entrevistar colegas,
Passando a história adiante.
Vem o “Memória Local”,
Projeto que focará
Alunos e professores,
Junto do Avisa Lá,
Visando a escola pública
Onde o novo tempo está.
Alunos trazem seus pais
Pra narrar suas histórias:
São Paulo se torna palco
De exposição de memórias,
Relembrando muitas vidas,
Celebrando trajetórias.
Também histórias de empresas
Com meio século ou mais
Transformaram-se em projetos,
Mostraram-se essenciais,
Pois neste país diverso
Sempre cabe muito mais.
E depois de duas décadas
Desde o fim da ditadura,
O país volta seu olhos
Numa incessante procura
Pelas raízes profundas,
A fortaleza segura.
O “Brasil Memória em Rede”
Foi uma iniciativa,
Eixo mobilizador
Da instituição ativa,
Articulando outros polos,
Mantendo a memória viva.
Mas como o tempo não cessa,
Chegou “Um Milhão de Histórias
De Vida de Jovens” para
Compartilhar as memórias
Em rádio, verso ou cordel,
Todas elas meritórias.
A Rede Internacional
De Museus se consolida:
Outros países também
Voltam os olhos pra vida;
Instituições apoiam
E a rede está construída.
No ano de 2008
A crise avassala o mundo.
O Museu também sentiu
Na época abalo profundo
E tem de reinventar-se
Sem perder nem um segundo.
São muitas as parcerias
Em tempos de turbulência,
Mantendo o legado vivo,
Seguindo com coerência
Garantindo a salvaguarda
De um acervo de excelência.
“Memórias de Brasileiros”
Mais que projeto, é arcano;
Reunindo quatro linhas
Sobre o país soberano,
Indo da memória oral
Até o Brasil urbano.
No ano de 2013,
O apoio institucional
Dos Correios dá vazão
A um projeto genial:
“Aproximando Pessoas”,
De um país tão desigual.
O Museu segue seu rumo,
Inspirando outros museus,
Ecoando sua voz
Nesse mundo de meu Deus,
Pois unir pela palavra
É um dos projetos seus.
E vieram muitos outros
Projetos interessantes,
Retratando este país
De cores tão contrastantes,
Mirando o que vem depois,
Cantando o que veio antes.
É o “Vidas em Cordel”,
Fio do mesmo tecido.
Jonas Samaúma escreve,
Tendo base no vivido,
Apresentando aos leitores
Um Brasil desconhecido.
O Museu segue o seu rumo,
Porque não pode parar.
São tantas histórias mais
Que, se fosse aqui contar,
Levaria o dia inteiro
Somente pra começar.
Ficha Técnica:
Autoria: Marco Haurélio
Xilogravura: Lucélia Borges e Artur Soar
Designer da Logo: Mariana Afonso
Diagramação: Cordelaria Castro
Impressão: Gráfica e Editora Cinelândia
Marco Haurélio é baiano, escritor, professor, cordelista e pesquisador da literatura de cordel e do folclore brasileiro. Com vários livros e folhetos de cordel editados, foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 na categoria Adaptação com a obra Cordéis de arrepiar.
Lucélia Borges é produtora cultural, artista plástica, xilogravadora, contadora de histórias e terapeuta. Dedica-se à pesquisa das manifestações tradicionais do interior baiano, com destaque para a cavalhada teatral de Serra do Ramalho e de Bom Jesus da Lapa. Em 2018, a convite do Sharjah Institute for Heritage, esteve nos Emirados Árabes Unidos, ministrando oficinas de xilogravura para crianças.
Realização