O que eu sou

Laís DA LAMA

Quando criança a gente morava na beira do córrego, no bairro do Limoeiro, em Guarulhos. Eu brincava na rua e caí várias vezes naquele córrego, tanto que daí vem a origem do meu nome artístico. Eu sempre tive muito contato com argila, com a

LAMA.

Na adolescência meu universo era masculino, eu tinha pouca amizade com mulheres. Lembro que um dia saí com uns amigos que grafitavam e adorei aquela expressão artística, que era o bomb. Nunca tinha visto ninguém pintando, aquela aventura de fazer rápido para a polícia não ver. “Nossa”, eu pensei, “acho que eu gosto disso”.

Com 19 anos, fiz meu primeiro bomb e não parei mais.

A DA LAMA, minha marca de roupas, surgiu depois que eu participei de projetos e aprendi como fazer moda periférica. Foi nesse momento que eu comecei a desenvolver uma moda inclusiva e autoral, pintada à mão e que incluía meus personagens do grafite.

O público-alvo da minha marca é a mulher periférica, mãe, que tem interesse por cultura e que faz um consumo consciente. Claro que tem outras pessoas que consomem DA LAMA, mas o perfil da marca são as mulheres gordas, que têm dificuldade em ir a um mercado, a uma loja de grande varejo e achar uma roupa que dialogue com o seu corpo.

Meu público é o que eu sou.


Galeria de mídias

Laís DA LAMA é paulistana, nascida em 12 de agosto de 1988. Desenvolveu uma estética que incorpora elementos de sua realidade, como a ressignificação de roupas que seriam descartadas e o uso de personagens do grafite. Um novo entendimento sobre o corpo e o vestir é o objeto de seu trabalho.