Dona Maristela conta que em sua juventude ajudava muito a sua mãe na agricultura, coisas que os jovens de hoje estão desacostumados, ela ia na roça carregar mandioca, carregava lenha após o horário escolar. Meninas que conviviam com ela quebraram o resguardo da menstruação e por isso nessas idas a roça ela levou três chicotadas de um Wai mahsã( seres encantados), quando ela olhava para trás, não via nada, quando retornou para casa foi tomada por uma febre. Sua mãe a levou para um benzedor, mas mesmo assim as dores da chicotada espiritual dos seres encantados (Wai mahsã) continuam até hoje.
Vem da comunidade Gebari
É filha de um Arapasso
E desde criança Maristela
É dona do próprio pedaço
Quando sua mãe adoeceu
Voltou pra dar seu melhor abraço
Maristela nasceu na comunidade de Gebari aos 8 anos de idade mudou para o distrito de Taraquá, quando a mãe adoeceu ela retornou para o distrito de Iauaretê onde continuou com o seu estudo. Com sua mãe aprendeu agricultura, beiju, torrar farinha, fazer caxiri entre tantos saberes. Aprendeu também muito artesanato como bolsa de Tukum, Varanda uma forma tradicional de renda, rede e bolsa de Tukum. Atualmente Maristela contribui para a comunidade no nobre ofício de professora.