Ana Guajajara se mudou com seus pais de Coroatá para Aldeia Areinha ainda criança. Com 12 anos casou e o relacionamento durou 8 anos entre idas e vindas e mudanças de território. Ela trabalhou durante 10 anos como doméstica em Santa Inês, onde morou com seu segundo marido e filhos até 2010, quando terminaram e então ela voltou para a antiga aldeia. Ana nos conta que apesar de ser filha de um casamento inter-racial entre um homem indígena e uma mulher branca, ela se reconhece enquanto indígena, pois quando transita fora da aldeia os não índios não a deixam esquecer disso.
Lá na cidade é muito diferente porque lá não tem pra onde a gente faz um carvão, pra onde a gente anda pros matos, fazer assim alguns trabalhos, de qualquer maneira aqui é bom demais. Lá na rua eu vendia roupa, vendia joias pra sobreviver. Depois de trabalhar nas casa alheia, depois que eu me separei do pai de luís, que eu fiquei lá em Santa Inês aí eu vivia assim, pegava roupa dos outros pra revender... Eu trabalhei em 3 casas durante uns 10 anos porque quando eu me ajuntei com o pai do luís eu tinha 30 anos e eu trabalhei esse tempo antes dos 30 anos a maioria nas casa alheia.