Artesã mestra / YOHKÃ PURĨ, DI’I, MIRIKɄA POARI MERÃ DA’ARA MERIGÕ

Claudia Moreira Tariana

Claudia é artesã do povo Tariano, aprendeu com sua mãe e continuou aprendendo com as freiras diversos tipos de confecção de artesanatos, aprofundando-se no feitio de artes de tucum, de plumária. Seu avô a ensinou também a produção de cerâmica com argila, apesar de dominar esse conhecimento não costuma praticá-lo.

CLÁUDIA MOREIRA, A ANDORINHA TARIANA

Claudia nasceu na comunidade de Japurá, no rio Papuri, em 19 de julho de 1964. Seus pais são Américo Moreira e Maria Camargo. Eles sempre a levavam para locais diferentes. De Japurá foram para a Ilha do Cláudia aos 19 anos
Voou mais do que passarinho
Conheceu José Maria
Com quem trocou muito carinho
Juntos percorreram corredeiras
Sem medo de redemoinho

Papagaio, no alto rio Uaupés e, finalmente, moraram na comunidade Itaiaçú, também no rio Uaupés. Em seus anos de estudo, estudou em Itaiaçú e Aracú Ponta. Sua mãe sempre a incentivou a estudar, seu pai às vezes levava a família para Mitú. Ela e suas irmãs, no entanto, concluíram seus estudos, e aprenderam com a família os afazeres domésticos.
Quando teve sua primeira menstruação, ela acabou não sendo benzida. Na comunidade onde morava, circulava epidemia de febre e malária. Em 1984, ela se tornou professora pela primeira vez, com 19 anos de idade e, nessa experiência que durou 4 anos, lecionou na comunidade de Periquito. Nos anos 1987 a 1988 lecionou na comunidade São Miguel, no rio Papuri, onde conheceu aquele que viria a ser seu esposo, com quem teve 5 filhos. Em São Miguel, não havia falantes da língua portuguesa, e sua sogra quis que ela ajudasse nas conversas e diálogos na comunidade. Nesse período, ela ficou doente durante muitos anos. Por causa da doença, ela e seu marido se mudaram para sua comunidade de origem, depois vieram morar em Itaiaçú. O único filho homem que ela teve mora com a família, que reside em Iauaretê, na comunidade Nossa Senhora Aparecida. Suas quatro filhas foram morar com seus maridos, com os seus vários netos.
Claudia teve muita experiência como artesã, repassando para as filhas esse saber, no entanto, elas nunca se interessaram. Contou também sobre os lugares sagrados que conhece, que seu pai sempre lhe mostrou. Teve enorme incentivo dos pais em seus trabalhos. Com a doença, ela quase desistiu e o apoio de sua família foi fundamental. Disse que há vários motivos para apreciar as cachoeiras, afirmando que são patrimônio de todos os povos da região.

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