Moises Maia Tukano conta que chegando na região o Padre João que era brasileiro, retirou todos os meninos que tinham ido estudar na Colômbia, trazendo-os para o Brasil. Batizou e trocou os nomes que tinham recebido dos padres colombianos. No internato os alunos estudavam durante cinco anos o curso primário. Além disso, frequentavam alguns cursos profissionalizantes como: carpintaria, alfaiataria e mecânica. Moises frequentou o curso de carpintaria, foi graças a isso que aprendeu a construir casas.
É um indígena tradicional
Esse homem Moisés
Ele é carpinteiro
Se banha nos igarapés
Ele vem do Papurí
Mas hoje mora no Uaupés
Conta que os primeiros padres a chegar na região do rio Papuri foram os padres mofortianos, inicialmente davam medo com suas vestes, batinas e por terem barbas compridas. Os missionários ficaram hospedados na casa do Sr. Na. Pouco tempo depois começaram a falar a língua Tukano. Em seguida chegaram os padres brasileiros. Era o padre João. Chegando na região retiraram os alunos internos de Monfort rebatizaram com nome brasileiro para que pudessem estudar em Iauaretê o curso primário, além dos cursos profissionalizantes.
Quando tinha 15 anos de idade ele conclui a 5ª série. Com 21 anos de idade fez o matrimonio na Igreja católica, após o casamento voltou para a comunidade de origem. Quando chegou lá viu muitas crianças e ficou preocupado com a alfabetização delas, reunia as crianças e ensinava um pouco do que tinha aprendido. No período da manhã dava aula e de tarde ia para roça. Por isso, as crianças já entravam na escolinha já sabendo o básico da alfabetização. O padre mexicano Roberto Ruiz que fazia viagem de itinerância no rio Papuri percebendo que os meninos estavam aprendendo a escrever, decidiu abrir uma escolinha na comunidade do sr. Moises Maia.