Benzido pelos avós / ÑEHKɄSɄMɄA BAHSENOKɄ

Domingos Lana Tariano

Após seu nascimento, seus avôs, preocupando-se com seu primeiro neto, realizaram um benzimento sobre seu umbigo para que viesse a se tornar um grande conhecedor, baya, mestre das danças e cantos. Só que seus pais não souberam do que os avôs tinham feito, se descuidando, e não fizeram o resguardo e os cuidados necessários para que ele se tornasse o que haviam sonhado seus avôs. Pela falta de resguardo, quando criança Domingos não parava de chorar. Foi quando eles consultaram um yai (pajé) para saber o que estava acontecendo. Descobriram, assim, que ele deveria ser um grande conhecedor e, por causa da falta de resguardo, o yai retirou esse dom que os avôs tinham colocado nele por meio do benzimento. Por causa disso, Domingos não se tornou esse grande conhecedor que sonhavam seus avôs, somente aprendeu a tocar o mawaco, depois foi estudar.

DOMINGOS LANA TARIANO, A VOZ QUE ECOA

Ele é uma pessoa alegre
Também um cara bacana
É um exemplo de liderança
Sua capacidade é soberana
A contação de histórias se fortalece
Nas palavras do Domingos Lana

Domingos Lana nasceu em Iauareté na comunidade de Santa Maria, carrega consigo os ensinamentos e memórias de seus antepassados, ele era para ser um mestre das danças, mas não foi o que o destino queria. Por esse motivo tiraram o dom previsto para ele, o seu avô foi seu instrutor de repasse dos conhecimentos de pesca, armadilhas, locais sagrados relacionados a cachoeira da onça.
Com 9 anos já acompanhava seus pais no trabalho da agricultura, no plantio e na colheita, com 16 anos de idade teve seu primeiro desafio de Iauareté indo para uma cidade chamada Manaus, concluiu o ensino médio, entrou em um seminário diocesano e cursou filosofia e teologia, em Manaus o mesmo participou intensamente do movimento indígena junto ao MEIAN (Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas) e a AMARN( Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro). Atualmente é padre, mas não exerce embora tenha exercido. Hoje é um político indígena e assessora a COIDI, a cachoeira das onças é um lugar de vida, equilíbrio e sustentabilidade segundo ele.

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