Quando criança, Alzenira foi doada para sua madrinha - um período muito triste da sua vida, em que teve muita dificuldade para se adaptar por apenas falar na Língua materna. Nesta conversa ela nos conta sobre os pajés, como eram, o que faziam, sobre as histórias contadas pela sua mãe e avó e os aprendizados trazidos por elas, sobre a língua falada na sua aldeia, sobre o seu trabalho como professora da língua materna e as dificuldades enfrentadas por ela em relação ao aprendizado. Por fim, depois de lembrar da sua participação no ritual Menina Moça, nos fala sobre os cantores, as pinturas, as lendas, a invasão e o seu sonho de fazer uma autobiografia.
Na minha infância eu aprendi a língua materna em casa meus pais e avós, após a minha doação para a minha madrinha, ela tinha muita dificuldade em me entender pois só falava na Língua indígena, quando voltei pra casa dos meus pais, eu nunca esqueci minha língua, qualquer dúvida que eu tinha perguntava ao meu pai e minha mãe, eles me ajudaram muito.
Com tudo esse conhecimento me levou a ser professora da língua indígena, então isso me enriqueceu muito por que são atividades que a pessoa quer né, enquanto o tempo passar tem que ir aprofundando mais nessas atividades e enriquece muito. Tenho sobrinhas que precisar de algum conteúdo para realizar essas atividades, quando tem dificuldade tem que recorrer a uma pessoa que sabe. É muito interessante a pessoa correr atrás pra recupera as dificuldades que a gente senti.
É, os meus alunos, é Eu tive cinco alunos de Primero ao Quinto ano, que esse ano eles já vão fazer o sexto ano na aldeia, então são alunos que tem tudo pra eles recuperar a linguagem a onde eles não sabe, por que, eu sou professora mas também, vamos supor na Januária também tem professores da língua indígena, eles podem recupera aí em qualquer um momento eles pode vir perguntar e dizer tia como é que se diz essa palavra, como se diz determinada frase e aí pode recorrer ao meu pai também aí a gente tá disponível pra responder pra eles como que eles devem responder, ou seja , usar o diálogo né, por que há muita necessidade. Pra aprendizagem da linguagem.