Claudio Guajajara Alves narra diversas histórias sobre a sua vivência nas terras indígenas Caru: a luta de seus antepassados contra invasores na proteção territorial e como seu povo Guajajara se organiza para dar continuidade a essa preservação. Nos conta sobre a brincadeiras de sua infância e as festas culturais de sua comunidade. Relata sobre a presença de encantados em uma de suas andanças pela mata. Discorre sobre a sua primeira caçada e a sua relação com a floresta e a importância dela para a sobrevivência dos seus. Por fim, nos conta qual é seu sonho em relação às terras indígenas.
Criação dos Guardiões
Começou assim, porque antes de começar os guardiões, já tinha a fiscalização, na comunidade a gente ia, andava muito a pé, descarregava alimentação nas costas, depois surgiu uma história, diz que lá na Arariboia tinha um grupo de guardiões, se juntou aqui um grupo, de umas dez a quinze pessoas “Agora vamos ver como é esse grupo de guardiões na Arariboia”.
Passamos uma semana pegando experiência lá, vimos como era o movimento do grupo de guardiões deles “vamos embora voltar pra aldeia” chegamos e nós reunimos, falamos que iriamos criar um grupo de guardiões, para proteger a natureza, no decorre da reunião, muitas pessoas, parentes, perguntaram quem queria participar desse grupo de guardiões, logo incialmente poucos quiseram começamos com 15 guardiões, na época, para dar continuidade, fizeram um projeto, as conselheiras dos guardiões correram atrás de um projeto para os guardiões começar.
Depois várias pessoas vendo o movimento se juntaram aos guardiões, para ser guardiões também, hoje nós estamos com quarenta e poucos guardiões, pra mim aquele projeto foi uma alegria, que trouxe mais uma união pra nós, mais também experiência e mais a visão para a comunidade, com nós todos aqui da aldeia, que vive, porque se nós não botarmos para lutarmos mesmo o que é nosso, ninguém vai lutar.