Pintura da Mãe d’água

Nelson Tembé

Em sua entrevista, Nelson Tembé relata as suas memórias desde a infância até as histórias mais recentes. Ele fala das viagens que fez pelo Brasil e também fora do país, da importância da resistência dos povos indígenas, e de como enxerga a relação entre os povos indígenas e os não indígenas. Ainda narra as suas experiências sendo Pajé, ressaltando as suas crenças que são as tradicionais, ligadas às experiências com o sobrenatural. Ele também fala das suas experiências caçando e pescando, das mudanças que a comunidade onde viveu passou ao longo dos anos e as várias mudanças que fez ao longo da vida. Por fim, destaca a importância e a necessidade da preservação das memórias dos povos indígenas.

Jenipapo tem ciência, jenipapo tem ciência, não bota, não faça pintura da mãe d’água, um tempo ali no Januário mãe d’água levou duas menina até hoje, lá no Santa Maria, aqui tem respeitado naquele tempo, os velho dizia, avó dizia “não, não pode andar por aí não”, até hoje, doze hora, doze hora em ponta ninguém anda, é tudo coisa que passa, bom ou ruim, mas é no dia de hoje que pintar vai pular dentro d’água, quê que acontece, foi pajé! não foi pajé não, lá no Santa Maria aquele menino se pintou da mãe d’água aí chegou pra lá, aí olhou pra água a água virou pra ele, ele cai dentro, aí outro caiu junto com ela, morreu, levou todos os dois, Água tem dona, mata tem dona, isso aqui tem dona.

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