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A Cachoeira das Onças foi o primeiro bem cultural registrado no Livro de Lugares do Iphan.
Trata-se de um conjunto de corredeiras que se estende por um trecho considerável do Rio Uaupés, adentrando também no Rio Papuri. Cada pedra, laje e corredeira que forma a Cachoeira das Onças é parte do cenário descrito nos mitos de origem de vários povos que vivem atualmente na região de Iauaretê, como os Tariano, os Tukano, os Desana e os Piratapuia.
Nas práticas xamânicas, nos deslocamentos diários de barco e de canoa pelas águas revoltas ou, de modo especial, nas pescarias, a Cachoeira das Onças e todas as dimensões que a constituem como um patrimônio são cotidianamente vividas pelos moradores de Iauaretê.
Ao longo de suas corredeiras estão pontos para instalação de armadilhas de pesca cujo manejo correto depende dos conhecimentos das histórias que se passaram nesses lugares no tempo dos ancestrais. Há também muitas pedras com petróglifos (desenhos em baixo relevo feitos pelos ancestrais em um tempo longínquo) e que, para os conhecedores indígenas, são as marcas desses tempos primordiais.
A coleção reúne depoimentos que revelam trajetórias, memórias, saberes e fazeres de alguns dos indígenas detentores deste patrimônio. Assista abaixo!
O documentário traz trechos das histórias de vida registradas nos dois territórios, encadeadas a partir de uma perspectiva temática.
No podcast Guardiões da Memória do Rio Negro, produzido pelos próprios jovens indígenas participantes do projeto, foram gravados cinco episódios temáticos em cada território trazendo trechos de histórias de vida.